quinta-feira, 1 de março de 2007

MEC investe na formação em áreas rurais


O Ministério da Educação aumentará investimentos na política nacional de licenciatura do campo, que busca garantir a formação inicial, continuada e profissional de professores que atuam em áreas rurais, mas que ainda não têm nível superior. Serão criados convênios com instituições federais de ensino superior, que oferecerão cursos semipresenciais aos professores. Além de aulas nas universidades, também ocorrerão períodos de convivência com as comunidades.

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária, existem mais de 2,5 milhões de pessoas assentadas em áreas rurais brasileiras. Destas, mais de 1,5 milhão não freqüenta escolas. Entre as que freqüentam, boa parte aponta como motivo de insatisfação com a escola a falta de professores e a baixa qualidade do ensino.

Para Armênio Schimidt, diretor do Departamento de Educação para a Diversidade e Cidadania (Secad/MEC), a qualidade da educação está ligada à formação dos professores. Por isso, o projeto de licenciatura do campo causará impacto positivo nas comunidades rurais. Armênio destaca que, ao criar-se uma unidade pedagógica para a formação desses professores, é preciso valorizar as necessidades do campo. “A intenção é qualificar os professores para que temas regionais, como desenvolvimento sustentável, relacionamento com a natureza e questões culturais, sejam tratados dentro das escolas”, explica.

Editais — Em 2006, cinco projetos-piloto foram instalados em universidades federais de Brasília, Minas Gerais, Bahia, Campo Grande e Sergipe. O MEC fez um investimento médio de R$ 200 mil em cada um desses cursos, que estão em andamento. Em breve, devem ser lançados editais. A previsão é que sejam instaladas, no mínimo, mais 20 turmas em 2007.

Os cursos são realizados em etapas diferentes, tendo como base a alternância entre períodos de aula e de convivência com a comunidade. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por exemplo, o curso de licenciatura em pedagogias da terra intercala dois períodos de 45 dias de aula com o chamado “tempo comunidade”, quando os professores voltam para seus assentamentos, sob orientação dos profissionais da universidade. A primeira turma, em 2002, formou 52 professores. Nesta quinta-feira, 1º, cerca de 70 alunos iniciarão o curso.

Fonte: Ministério da Educação

Obras valorizam cultura indígena


Professores e estudantes indígenas de povos das cinco regiões do país começam as aulas este ano com uma série de novos materiais didáticos — livros, CDs e DVD — criados por eles. O respeito às culturas das aldeias é o ponto forte. São produções nas línguas maternas, em português ou bilíngüe, financiadas com recursos do Ministério da Educação, que somam 36 livros, sete CDs e um DVD.

Os povos guarani e caingangue, por exemplo, que vivem na terra indígena Guarita, no noroeste do Rio Grande do Sul, em áreas dos municípios de Tenente Portela, Miraguaí e Redentora, criaram um guia, em língua portuguesa, para orientar os professores na produção de materiais sobre cultura, ambiente e biodiversidade. Segundo Kleber Gesteira, coordenador de educação escolar indígena, o guia, patrocinado pelo MEC, foi elaborado pelos professores das escolas estaduais de ensino fundamental indígenas na terra Guarita. Ele servirá de apoio aos professores na produção de materiais didáticos capazes de destacar a ligação entre os povos indígenas e a natureza por meio de uma complexa relação entre os mundos social e humano, natural e ecológico e sobrenatural e espiritual.

Recursos — Os livros, CDs e DVD, que começam a ser utilizados neste semestre nas escolas indígenas, foram selecionados pela Comissão Nacional de Apoio à Produção de Material Didático Indígena (Capema) em agosto de 2005 e produzidos em 2006. Entre os CDs, os povos terena, pataxó e pareci gravaram uma seleção de canções que falam sobre suas culturas. Os livros abordam desde a história dos povos até as lendas e a matemática. Em abril, a Capema vai avaliar os 64 projetos inscritos pelos povos indígenas em 2006. Os recursos, que somam R$ 1 milhão, serão repassados pelo MEC à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que será responsável pela produção das obras selecionadas.

A Capema tem 16 membros — um representante da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), um da Fundação Nacional do Índio (Funai), quatro da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena, quatro de organizações indígenas, dois de universidades, dois de organizações não-governamentais, um do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) e um da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Fonte: Ministério da Educação

Conselhos municipais recebem computadores


As 1.813 prefeituras que atualizaram em 2006 o cadastro sobre o funcionamento dos conselhos municipais de educação (CMEs) receberão do MEC, até o final de junho, computadores e impressoras para equipar os conselhos. O investimento público na aquisição dos equipamentos foi de R$ 4 milhões.

O objetivo da ação, explica o coordenador de articulação dos sistemas de ensino da Secretaria de Educação Básica (SEB), Arlindo Queiroz, é fortalecer os conselhos para ampliar o controle social da qualidade da educação. Com os equipamentos, a SEB quer melhorar o intercâmbio entre os conselhos municipais, estaduais e o Conselho Nacional de Educação (CNE) e executar um programa de educação a distância para a formação de conselheiros. O segundo passo para atingir esse objetivo, diz Queiroz, será interligar a rede de conselhos através da internet. “A conexão à rede, que tem custos extras, está em negociação”, adianta Queiroz.

Ao justificar os investimentos, o coordenador  lembra a importância que têm os conselhos na construção dos planos municipais de educação – que definem objetivos, fixam metas e executam avaliações periódicas do ensino local – até no controle que exercem sobre a aplicação do dinheiro público em programas da educação básica, entre eles, a merenda, transporte, formação de professores, melhoria e construção de escolas.

Beneficiários – Dos 1.813 conselhos municipais de educação que receberão computadores e impressoras, 675 são da região Sudeste, 495 da região Sul, 442 no Nordeste, 126 no Centro-Oeste e 75 na região Norte. Os estados com maior número de municípios com conselhos aptos a receber os equipamentos são São Paulo (354 municípios), Minas Gerais (234), Rio Grande do Sul (271) e Bahia (140).

Fonte: Ministério da Educação